quinta-feira, 26 de junho de 2014

BILHETE DE VOLTA

Foi mau, muito mau. E é um dever exigir explicações. Não sobre o remate à trave, ou o falhanço inacreditável só com o guarda-redes pela frente mas sobre tudo o que se passou desde a decisão contratual ás decisões de partida e estada, dos percursos, dos sítios, da escolha de jogadores e mais etc. e etc.

Ou seja: o que parece ressaltar do que vimos é que os erros se estenderam por todos os sectorese departamentos. E se são erros, devem ser reconhecidos para que - numa regra de ouro do Alto Rendimento desportivo - não se repitam; se não foram erros é preciso saber que o não foram e saber então o que foram. Porque alguma coisa foram e ciência não foi.
O jogo de hoje foi, apesar da vitória, um desperdício: por sorte dos deuses - que já nos tinha dado o golo de Varela - o Gana, num repente, percebeu que tinha as malas feitas e nós Selecção de Portugal fomos incapazes de aproveitar a oportunidade, jogando fora, umas atrás das outras, as hipóteses que nos surgiram. Porque, num repente, os deuses tinham girado as rodas para o nosso lado sem que, no relvado, o tivessem percebido ou não aproveitado.
A periferia quando não culturalmente assumida, só se traduz em desfasamentos. Em desacertos com o momento e com o sítio. Principalmente quando se lhe junta a mitologia que nos impôs o silêncio de quarenta anos do orgulhosamente sós. A periferia paga-se caro e a mitologia da supremacia não dá qualquer troco: na realidade sustenta o provincianismo. De que é exemplo o provincianismo da focagem absoluta no "maior jogador do mundo" - como se o futebol não fosse uma modalidade colectiva...
A  questão é esta: temos direito a explicações - se esta visível incapacidade se passa no futebol, a modalidade mais rica de Portugal, o que não será das outras modalidades colectivas desportivas. Se são estes os exemplos que fornece quem mais pode numa demonstração constante de um deserto de ideias disfarçadas em azares e ais duns quases sempre a destempo, que podem fazer os outros? Que exemplos, que conhecimentos, que consequências nos são transmitidas? Que aprendizagem nos é facultada? Que lição nos é garantida?
Explicações, exigem-se! ...
... Ou teremos o direito de entender que houve interesses que, sob a vulgata da incerteza desportiva - o futebol é assim mesmo - vantajosamente se sobrepuseram.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Rui Costa - tri-vencedor da Volta à Suiça

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Foto do site de Rui Costa

Parabéns Rui Costa!
Vale-nos o nosso Campeão Mundial. Venceu pela terceira vez consecutiva a Volta à Suiça - ver a subida dos três últimos quilómetros é impressionante da classe do nosso ciclista - e agora é o terceiro - depois de Contador e Quintana (recente vencedor da Volta à Itália) - do ranking mundial. 
Agora é contar os dias para a Volta à França.


[e o Tiago Machado venceu a Volta à Eslovénia prova do nível da Volta a Portugal]
O ciclismo português está em grande.

DESADEQUADO

Depois dos resultados obtidos a conclusão é evidente: a preparação da equipa portuguesa para o Mundial não foi adequada! E não vale a pena contar estórias e ignorar evidências: cometemos o mesmo erro no Mundial da Coreia e não soubemos aprender nada. Preparamos mal o Mundial!

No desporto - como aliás na vida - é admissível cometer erros - errar é humano, diz-se - o que já não é admissível é repetir o mesmo erro. Que repetimos quer na preparação quer no eterno recuar a dar hipóteses ao adversário.

Joga-se como se treina, treina-se como se joga é o conceito do desporto colectivo que encerra toda uma metodologia que é necessário cumprir para atingir os patamares de sucesso. A evidência do que fizemos transporta-nos para a evidência do erro no uso do método. Estivemos mal, muito mal!

Portugal, a nossa selecção nacional de futebol, não esteve à altura de quem se ficciona num 4º lugar de um ranking FIFA sem sentido. Nem das expectativas que nos foram criando num constante atirar poeira para os nossos olhos. Foi muito mau! Mau por parte dos dirigentes, mau por parte da equipa técnica, mau por parte dos jogadores.

A responsabilidade desta negativa participação pertence por inteiro aos dirigentes, à equipa técnica e aos jogadores. Importam-se de fazer as alterações necessárias?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

NÃO É ACEITÁVEL

No desporto exige-se a humildade necessária para que nos seja possível tirar o máximo partido das capacidades que temos; a vaidade e o convencimento retiram-nos capacidade de análise, de execução e de clarividência para impedir que entendamos que o erro, para além de costas largas, termina sempre na culpa do árbitro.
O banco português desde cedo focou no árbitro os erros evidentes da disponibilidade física e psíquica dos jogadores portugueses de que o atraso desmesurado para o guarda-redes foi o prenúncio de um cartão vermelho - encostar a cabeça, coloque ou não em perigo a integridade física do adversário é um acto inadmissível, anti-ético, num campo desportivo - e do golo onde a superioridade numérica portuguesa de jogadores "em jogo" era evidente.
Palavras leva-as o vento, cartas de amor são papéis, escreveu o poeta que provavelmente nada sabia de futebol ou de campeonatos do mundo mas que alerta para a conversa da treta em que e ao que parece, nos tornamos especialistas: estamos aqui para ganhar! a nossa selecção é a maior! tragam-nos a Taça! Como se o apuramento ou alguns dos jogos de preparação não nos mostrassem o contrário e onde só um ranking feito de forma canhestra ajuda à mentira (quem é 4º do ranking mundial não joga assim!).
[a Alemanha jogou contra um sol violento que o horário tornou muito mais difícil para o guarda-redes. Nem partido dessa vantagem se viu jeitos...]

Quatro-zero não é resultado aceitável para uma equipa que a comunidade futebolística nacional considera como das melhores mundiais.
Como se sai daqui? Sabendo que a derrota ensina, só há uma maneira possível: a honestidade de um acto de contrição colectivo - de jogadores, responsáveis técnicos e dirigentes - que possa recolocar a focagem de cada um e de todos numa diferente atitude e forma de encarar um jogo internacional, colocando na entrega, na velocidade, na entreajuda, na vitória, as questões essenciais em cada momento daqueles que se encontram em campo.
Certo é que ou os jogadores portugueses mudam radicalmente de atitude e garantem uma postura adequada a uma presença num campo desportivo onde a capacidade de luta, de resiliência e de sofrimento fazem os vencedores - sem sangue, suor e lágrimas não há vitórias! - ou a nossa passagem pelo Mundial do Brasil ficará, de novo e negativamente, na história futebolística nacional.
E o pior que podemos fazer é a eterna desculpa dos fracos e medíocres: pôr na arbitragem as desculpas do descalabro que apenas a nós pertence - jogamos muito pouco, fomos completamente ineficazes e sem qualquer tipo de consistência colectiva.
Dar a obrigatória volta depende apenas da nossa coragem e honestidade competitivas. E o primeiro passo da mudança será não aceitar nem mascarar o que se passou no jogo. 

domingo, 1 de junho de 2014

As Meninas da Luz


Colégio Militar, 28 de Maio 2014 - a partir de foto de Silva Alves

O Colégio Militar de género misto está, num sinal dos tempos - o género feminino já conquistou nas sociedades ocidentais os direitos de acesso a todas as áreas de actividade - a que só desatentos ao mundo que nos envolve podem colocar estranheza, a tornar-se uma realidade. 

As raparigas que, actualmente e na sua enorme maioria, entraram por primeira escolha para o Colégio Militar, mostram-se satisfeitas e dizem até que querem o estatuto de "internas" porque "é mais divertido!"

Mas nem tudo são rosas. Devido às péssimas decisões do Ministério de Defesa - num despautério incompetente, desproporcionado e temporalmente errado - as "Meninas da Luz" não estão nas melhores condições podendo até falar-se de segregação em aspectos que dizem respeito a espaços e acções de lazer ou fardamentos, por exemplo. 

Com um início pouco brilhante e onde a Igualdade de Género ou a Igualdade de Oportunidades - valores essenciais desta nova faceta - não parecem estar devidamente acauteladas por responsabilidade das acções, repete-se, do Ministério da Defesa, espera-se que os responsáveis da Direcção colegial, da Associação de Pais e da Associação de Antigos Alunos consigam impôr as necessárias rectificações que evitem a realidade do ditado de "o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita".

E esta mudança para o estatuto misto - ao contrário do que pretende o Ministério da Defesa - nada obriga ao desaparecimento do secular Instituto de Odivelas. Uma coisa nada tem a ver com a outra. A não ser a comando de interesses.

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