sexta-feira, 29 de junho de 2012

Coisas do Euro





quinta-feira, 28 de junho de 2012

Tristes mas sem remorsos

A caracterização da meia-final entre Portugal e Espanha pode colocar-se assim: cagaço - essa coisa parecida com o medo mas para muito pior. Cagaço de um e outro lado, de portugueses e espanhóis que levou a caldos de galinha que fizeram do jogo um tremendo jogo de passes e luta entre áreas sempre à espera de um último rasgo de passe fatal. Um cansaço.

A excitação do jogo esteve no lado do coração e retirou-se por cento e vinte minutos da emotividade do campo.

Batemo-nos bem, jogámos o que pudemos, não viramos a cara mas faltou-nos o killer instinct que faz os vencedores - a nossa maior vantagem sobre a Espanha era de ordem física, tivemos dois dias a mais de descanso, e não quisemos correr o risco de o explorar, nomeadamente no prolongamento. Num perdido por cem, perdido por mil, poderíamos, pelo menos à entrada do prolongamento, ter assaltado o campo espanhol - correndo o risco de algo nos correr mal nas costas, mas correndo-o. Ficámos nas grandes penalidades com todas as pequenas questões que resultam numa grande questão: a enorme lotaria de falhar ou marcar, de deixar o brilho ao guarda-redes, por isto ou aquilo - porque fez mais quilómetros que os outros por exemplo (Alonso e Moutinho foram os que mais (e bem) correram e não marcaram) - porque acertou no mau lado da trave ou no bom dos postes. Sortes e azares que fazem o jogo que o futebol é. Um jogo. Jogo que neste caso e pelo que vi, teve como vencedor a equipa que acabou por estar melhor: Espanha. Dentro das incidências de um jogo, tudo nomal, portanto. Sem queixumes mas tão só com o sentido de missão cumprida: fizemos o que pudemos.

Porque reconheço que é no arrecadar que está o ganho, não compreendi a colocação de Ronaldo na quinta posição de marcação de penalidades. Pessoalmente preferiria - neste jogo como em qualquer outro - a garantia do mais eficaz a iniciar para garantir que a candeia da frente iluminaria o caminho.

Penso que não devemos queixar-nos. Não temos qualquer necessidade, nem interesse. Fizemos, fizeram o que puderam e demonstraram que a selecção portuguesa foi uma equipa. Tão equipa que foi capaz de ultrapassar o que lhe reconhecíamos como limites.

Não vamos à final, paciência. Tristes, sim... mas sem remorsos.

Nota: o árbitro turco Cunet Çakir não teve qualquer influência no resultado e ainda bem - ou não foi pressionado por ninguém ou esteve-se nas tintas para as eventuais pressões. Mas isso não retira nada ao que escrevi em post anterior: a sua nomeação foi uma estupidez, foi indecente e desrespeitosa. Ponto.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Indecências


A profilaxia não se faz calado, Octávio, treinador de futebol

É irritante esta constante exposição do conceito e do seu contrário a que temos assistido ao longo deste Europeu futebolístico. Que não se pode dizer isto porque aquilo, que não se pode dizer aquilo porque isto. Como se o silêncio fosse o ouro que se procura na competição desportiva. E como se os valores porque devemos reger a nossa vida não se aplicassem ao desporto em geral e, no caso particular, ao futebol.

É uma evidência que aquilo que o sr. Platini expressou - a final apetecida Espanha-Alemanha - é uma manifestação de interesse inadmissível que a decência não autoriza e que, para além de um pedido formal e público de desculpas, deveria terminar - numa tentativa de demonstração de carácter e de se dar ao respeito - com o seu próprio pedido de demissão. Porque o senhor é só o presidente da UEFA, entidade responsável por este campeonato e o cargo não deve ser compatível com indecências.

Como se não bastasse, o organismo que comanda a arbitragem do Euro resolveu nomear um senhor turco, Cuneyt Çakir, para arbitrar a meia-final entre Portugal e Espanha. É grave?! É! Porque o presidente da arbitragem uefeira é espanhol e o seu vice-presidente é turco. Significa que permite a qualquer pessoa ter desconfianças ou suspeições sobre a isenção do árbitro que pode - e basta a possibilidade para que a inteligência imponha outra solução - que pode, repito, não resistir a eventuais pressões a que o queiram sujeitar. A nomeação de árbitro turco nesta situação é, no mínimo, uma indecente estupidez e, no pior, uma patifaria. E que demonstra desrespeito e a indecente certeza da impunidade.

E calar, como avisa Octávio, não resolve coisa nenhuma. Falar, pelo menos - digo eu - mostra que não somos nenhuns patetas, que não pactuamos com indecências e que exigimos o direito ao respeito.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Preparar Caminhos

We should replace our running shoes frequently. Instead, we wash them.
Mohamed Hassan Mohamed, atleta da Somália em luta por um dos dois lugares do seu país nos Jogos Olímpicos de Londres, in Time, June 25, 2012
Lisboa, Da minha janela

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os PIGS




Felizmente Ronaldo soube atacar a bola e rematar imparavelmente de cabeça sem haver Cech que valesse aos checos. Estamos nas meias-finais do EURO2012! Gostaria que aqueles que se vão juntar a Portugal fossem a Itália, Grécia e a eSpanha. Os PIGS. Para enxovalho dos pretenciosos da visão nortocentrica.

Amanhã serei grego! Seremos todos gregos.

Cores da Cidade



Lisboa, Castelo dos Restauradores
 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cores da Cidade




Lisboa, Rua do Carmo
  

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Interesses e negligências

A necessidade de água para a manutenção de um campo de golfe é, como se sabe ou deveria saber, uma enormidade. Existem até indicadores comparativos com as necessidades de populações urbanas que mostram, sejam quais forem os disfarces com que se mascaram os interesses, a enormidade do custo - directo ou indirecto - para a grande maioria das instalações. E tão maior quanto maior for o calor e menores os cuidados desde a escolha da localização, do tipo de vegetação, do tipo de relva ao sistema e gestão das regas.


A Lagoa dos Salgados, no Algarve, está seca, o campo de golfe que a envolve está lindo de verde. Diz-se que não há água suficiente - aqui os relvados golfistas são regados com os efluentes de uma ETAR - para as duas coisas. É isto preocupante? Não é só temporário? Não passa daqui a pouco?

Temporário ou não, é importante, muito importante! Porque a Lagoa dos Salgados tem espécies de aves aquáticas que têm ninhos que têm filhotes a nascer que, sem a água que lhes proporcionará alimento, vão morrer. Ou seja: HÁ AVES AQUÁTICAS QUE TÊM ANÚNCIO PRÉVIO DE MORTE PORQUE O SEU LOCAL DE NIDIFICAÇÃO FICOU SEM ÁGUA E PORTANTO SEM ALIMENTO. Água e alimento que existiam antes da prioridade dada à rega do golfe. Razão porque as aves procuraram, como sempre, o local para nidificar. Mas que, para sobreviver, irão embora, abandonando os ninhos de que resultará - anuncia-se - a morte das crias. Sabendo-se que assim será e nada sendo feito em tempo útil, estamos perante uma negligência grave.


Alfaiate, Recurvirostra Avocetta

Na Lagoa dos Salgados existem, entre outras variedades de aves aquáticas, caimões, garças-vermelhas, pernalongas, alfaiates, etc., e os seus filhotes, por falta de água e alimento, vão morrer. Sem reservas: deixa-se morrer a biodiversidade local - óbvio interesse público - em troca do interesse privado da manutenção das receitas de um campo de golfe. E as desculpas, saltando de repartição em repartição, esfarrapam-se em cada explicação.

O interesse sobrepõe-se à decência civilizacional. A negligência desculpa-se no economicismo reinante. De acordo com as notícias, a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves de que sou sócio - prepara-se para apresentar queixa sobre o facto à Comissão Europeia. Não havendo possibilidade de impôr medida mais rápida e útil na resolução do problema, faz muito bem!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Estou de acordo

Diminuir salários não é uma política, é uma urgência.
António Borges, dos jornais
Estou de acordo. Absolutamente.

Tão absolutamente que proponho desde já a aplicação da Lei de Pareto e seus derivados para resolver a nova distribuição.



Não será difícil: os 20% dos excelentes vital few que ganham fortunas mensais passam a vencer salário igual ao Primeiro-Ministro, deixando, simpaticamente, em paz os 80% dos trivial many que tendo já uma vida inteira para se preocuparem, ficariam muito agradados e muito agradecidos com esta forma de ajuda solidária e desprendida.


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Na margem e a propósito da Desigualdade
...the way we responded to the crisis, with the bottom going down and the top seemingly protected, inevitabily brought this issue [the inequality] to the fore.
Joseph Stiglitz, economista, Prémio Nobel in Time, June 11, 2012.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cores da Cidade





foto telemóvel
Lisboa, Cais do Sodré

sábado, 2 de junho de 2012

A vista desarmada





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