quinta-feira, 28 de abril de 2011

Falcão-peregrino

Falco peregrinus
Santa Cruz

terça-feira, 26 de abril de 2011

Percurso de Abril

"Sabemos que temos partidos políticos fechados, com poucas ideias e pouco debate e políticos que não estão à altura das responsabilidades. Mas muitos cidadãos também pouco fazem para alterar esse estado de coisas, preferindo o comodismo do alheamento, a indiferença."                                                                                                                    
Jorge Sampaio, discurso do 25 de Abril de 2011 no Palácio de Belém

segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril

Chove no 25 de Abril?

 25 de Abril de 2011. Trinta e sete anos depois da revolução de 74. Para mim são hoje, como na canção dos Beatles, 64. Na madrugada de 74, quando o telefone tocou, pensei que seria o Dário que da noite lisboeta se lembrara que era o meu aniversário. Já a rir-me – estupor, acordar-me a esta hora, atendi. Era a Maria João: “É agora! liga o Rádio Clube Português.” Confirmou-me, lembrando-me do 16 de Março das Caldas, que “são dos nossos”. Telefonei para o Porto, para o meu pai e colei-me à rádio. De manhã, próximo de casa, dava para perceber o que se passava em volta do Rádio Clube, mas o meu bairro era o sossego total, nada se sentia, nada parecia passar-se. Fui ao Carmo. O jogo internacional – ainda guardo a camisola nove do equipamento que me foi distribuído – do Europeu de rugby que jogaríamos em Praga ficou-se no fecho do aeroporto. Pouco importou, ninguém quis saber da falta de comparência. Com amigos fui para Caxias à espera da libertação dos presos políticos – de camisinha feita, apanhei uma gripalhada tal que só assisti ao 1º de Maio pela televisão. Vibrando como se lá estivesse. E foi um nunca mais parar de actividade, de intervenção, de viver a vida como nunca a tínhamos vivido antes. Ajudar a transformar Portugal, era o que nos movia. E o que se correu por aí, com tropa pelo meio, em dias que nunca acabavam.

Muito mudou Portugal nestes anos trinta e sete anos. Lembro-me de um mapa que o meu pai tinha no seu gabinete da EDP – foi seu Vice-Presidente e Presidente – que mostrava uma dúzia de linhas vermelhas que representava a distribuição eléctrica do país em 1974 e outro, com uma enorme mancha de linhas a correr o Portugal inteiro, uns anos depois. Lembro-me dos 2% da população que éramos universitários e de quantos podemos ver que o são hoje; lembro-me da construção do Serviço Nacional de Saúde e, finalmente, da possibilidade de acesso generalizado aos cuidados de saúde. Da construção da Democracia – do, pura e simplesmente, poder mandar vir, sem outros entraves que não fosse a decência; da organização do sistema de partidos, da construção do Estado Social. Da Liberdade. Do reconhecimento cívico da extensão da responsabilidade. Conheci a construção de um superior número de oportunidades – como nunca existiram antes. Reconheço – sei! - a mudança enorme que o país conseguiu. Que nos transformámos, que nos construímos noutra coisa, mais digna, mais solidária.

Mas hoje, pergunto-me, como se perdeu a vantagem do que se conseguiu? Como é que, com base no que se dizia, no que se pretendia há trinta e sete anos, foi possível termo-nos tornado de novo num país com um enorme factor de desigualdade económica e social. Com uma brutal diferença de rendimentos, de ricos cada vez mais ricos e pobres mais pobres? Como foi possível utilizar todo o esforço de progresso numa vantagem de apenas alguns? Onde é que nos deixámos iludir?

O 25 de Abril de 74, os valores que pretendemos que simbolize, serve ainda de resposta à crise que atravessámos: queremos a responsabilidade da solidariedade colectiva! queremos a adequação das técnicas às necessidades dos portugueses! Sem respostas torpes ou interesseiras. Sem jogos de salão ou vantagens tecnocráticas. Com a decência de quem assume a responsabilidade que lhe foi entregue: trabalhar para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses.

Na actual situação pré-eleitoral seria bom poder-se pensar que os futuros eleitos irão manter presente estas obrigações. Democráticas e republicanas. De serviço público.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Boa Páscoa

Primeiras experiências de desenho no iPAD

Evidências

“O pobre é pobre porque o rico é rico”
Alfredo Bruto da Costa, Jornal de Negócios

Em crise, a situação é pior: as sociedades esquecem a regulação mais elementar e o pobre torna-se mais pobre enquanto o rico mais rico. Porque a um faltam os meios que sobram ao outro para enfrentar as dificuldades da situação. E a exploração será óbvia.

Os tempos não estão nem serão fáceis – e a retórica político-partidária, não ajudando coisa alguma, será cúmplice do maior desequilíbrio e dualidade sociais. Com o risco de se tornar uma evidência. O que amplia o risco para a Democracia.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Momento extraordinário


AVISO PÚBLICO
por estranho que pareça
um estúpido NUNCA se
apresenta assim.
(corolário possível de Cipolla)
"Fascina-me a estupidez"
   Umberto Eco












Com os tempos que correm
o momento deve ser-lhe extraordinário

domingo, 17 de abril de 2011

A senhora do telhado



Santa Cruz
 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vista de pernas para o ar

A coisa não anda boa. E todos os dias aparece mais a alguém a contribuir para o somatório da confusão e do disparate. O senso foi dar uma volta e os quinze minutos warholianos parecem ser a mais importante preocupação dos enfatuados ditadores de interesses.

Na suas Leis Fundamentais da Estupidez Humana, Carlo Cipolla avisa, na construção da Primeira Lei Fundamental, que: “Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos em circulação.”. Está visto: tenho a sensação que o país se tornou num laboratório experimental de demonstração da tese.

Há dias, e cito da primeira página do Jornal de Negócios, o sr. Monteiro de Barros veio dizer que “o poder económico está de cócoras perante o poder político”. Pois claro! No entanto, a vida diz-nos o contrário. Como mostra a crise, os sub-prime ou Portugal subordinado aos ditames do poderio económico-financeiro, a imposição das gloriosas agências de rating ou a Islândia e as dificuldades que irá ter por não aceitar um abuso do poderoso império bancário – que por acaso começaram, apoiaram e ganharam que se fartaram, económica e financeiramente – embora com as perdas inerentes mas compensadoras (menos, também aqui, é mais).

Curiosamente as cócoras em Portugal produziram um país onde as desigualdades de rendimento atingem a vergonha – veja-se a posição portuguesa no gráfico que André Barata trouxe, a propósito da relação confiança/rendimentos, para o blogue da SEDES.

As notícias são ao contrário. Com vantagens óbvias para os interesses – nas margens, no crédito e, até, na opulência de um novo regime de castas económicas. Quem pode, pode, quem não pode, vê passar…

Num artigo recente de uma revista internacional alguém se indignava, perguntando: até posso admitir que alguém possa ganhar vinte vezes mais do que outros, mas duzentas ou trezentas vezes? E de quantos trezentos temos sabido na base dessa ideia absurda que se não for assim se irão embora – pois que vão!, dizia outro no mail recebido – ficamos com menos gestores geniais… faremos o mesmo e gastaremos menos.

Numa sociedade democrática de direito manda a política, não o interesse ou o privilégio. Em recente artigo publicado no New York Times, Robert Fishman, co-editor do “The Year of the Euro: The Cultural, Social and Political Import of Europe’s Common Currrency”, depois de tecer diversas considerações sobre o que considera um ataque indiscriminado, abusivo e arbitrário das forças de um mercado sem regulação por razões que irão da pura miopia aos preconceitos ideológicos, avisa: “Only elected governments and their leaders can ensure that this crisis does not end up undermining democratic processes. So far they seem to have left everithing up to the vagaries of bond markets and rating agencies.”

E é claro, a cabeça de pernas para o ar garante vantagens – aos economicamente poderosos, naturalmente. E desvantagens ao viver democrático.

domingo, 10 de abril de 2011

Patos Reais











Anasplatyrhynchos
Hortas, Alcochete

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Na Luz, à Benfica!

Campeões 2009/2011
foto telemóvel
Boa vitória, bom jogo, com todos os jogadores – excepto as duas extremidades que não percebo porque jogam – a mostrarem do que gostámos na equipa: dignidade, amor à camisola, soluções inteligentes, bom toque de bola, adversário a correr atrás, bons golos – podia ter sido uma abada… – numa boa imagem daquilo que nos limitámos a traduzir por à Benfica!


Foi o contrário da indignidade do apagão e da rega.

Hoje, na Luz, foi o Benfica e os seus valores.

Domingo passado um(ns) qual(is)quer energúmeno(s) mostraram ignorar o porquê de há anos irmos ao estádio. Com o mesmo interesse. Com o apoio de sempre.

Por nada perceberem da cultura de valores que nos junta e associa, fizeram de uma derrota uma vergonha. Valha-nos, sem que lhes sirva de desculpa, a excelência desta vitória.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Importam-se?!

1. Tranquilizar os mercados, como veio um senhor banqueiro dizer da acção absolutamente necessária, traduz-se em mais pobres ficarem mais pobres e os ricos ficarem, no mínimo, na mesma. É isto o receituário do pensamento liberal … e não augura nada de bom.

2. Um jornalista económico disse, num programa televisivo e explicando o desastre actual, qualquer coisa parecida com isto: o dinheiro é sempre o mesmo e só dá para a rotação do todo quando acreditamos no faz-de-conta de que se multiplica. E terminou deixando no ar a pergunta exacta que garante a confiança: Por favor, não perguntem onde está o dinheiro. O óbvio do virtual e da forma de fé que faz a transe do capitalismo.

3. Um senhor deputado saltou-me na pantalha para me informar que devia passar a olhar para os deputados pelo mérito, pelo seu trabalho e esforço. Erro profundo. Não quero saber disso para nada: do tempo que levou a trabalhar, do esforço que fez, do suor que deixou escorrer. Quero saber de outras coisas.

Porque o suor não tem  a mínima importância, o resultado sim. Que classificação daríamos a um jogador de futebol de quem se diria após um jogo: correu muito, esforçou-se imenso, trabalhou o tempo todo, falhou três golos e a sua equipa perdeu? Meritória?!

O que exijo a um senhor deputado é que a qualidade do seu trabalho se traduza, em tempo útil, em vantagens e melhorias da qualidade de vida dos portugueses. O tempo, o esforço que fará, não me interessa. O meu contributo financeiro para o seu salário não trata do seu nível de suor, trata da qualidade como resultado do seu trabalho. O mérito mede-se por isso!

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